sábado, 3 de abril de 2010

A asa antiga do louro anjo



O divino assemelha-se
À percepção do espaço-tempo.
Lobos, que participação
Tendes nisso?
A mãe nalguma parte avisa:
O vale anterior à vida e à morte
Nos abisma.
Ó vale,
O vencimento de teus tormentos,
As sanhas, os teus pavores.
Quanto do teu espelho foi minha
Própria face corroída.
Nada a ti se compara,
A não ser o metafórico mar.
Os deuses saem de sua
Dolorida ramagem.
Os pares se apaixonam perdidamente.

Volto a casar com lobos.
Os percorridos caminhos,
Os segredos.
País que é este, meu pensamento?
Mais vasto é meu batismo,
O meu boníssimo olhar,
Sinal de arcanjo.
A asa antiga do louro anjo
Incendeia este horizonte.
A memória veste-se de anjo.
O poço claro-escuro
Da vastidão humana ao redor
Desta esfera azul.
O sonoro verter de máscaras,
Iluminações e indefiníveis laços,
Indecifráveis códigos,
Ao longo do tempo.

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