sábado, 4 de maio de 2013

A Beleza Cabocla

Espero que a tarde
Não finde meu tempo.
Busco todos os dias o meu ouro, meu incenso.
Arco de plantas perenes.
Meus metais,
Minhas forças construídas
Como rocha.
A luz que molda os cantinhos
Da cidade, os muros, as praças,
E mostra o que se esconde
Das pessoas que passam sem
Perceber os calangos e caracóis
Que habitam e passeiam entre nós.
Espero que não demore
O tempo de colher.
Que a luz vertida
Nos acompanhe
Nestes becos.
Espero em versos e orações
Que a humanidade cresça
E possa passear com as
Borboletas.
Que veja o que vejo
Nestes ruazinhas do
Brasil antigo.
As marias-sem-vergonha,
As flores tímidas,
A seca.
O sol quente,
A beleza cabocla.

POema: Sílvia Goulart
Foto: Internet

A conta coletora coletiva