sexta-feira, 30 de abril de 2010
Arqueiro negro (o futebol)
O pai é arqueiro negro.
O pai incendeia o corpo.
O artista voltas dá e piruetas.
Vô negro brinca onde
O batuque e a ginga incendeiam.
O gol neles é uma conquista
De bebês antigos marinheiros.
O rolar do malabarismo é
Oração esquisita em corpo de índio.
O posto da bênção é o gol.
O roleio astuto e divino.
Ema orna a soma olímpica
O amplo cerrado,
O enobrecimento.
Elegia trovadoresca.
A conta sendo estrela
Maria e alva.
Ó pranto bonito e empolado.
A bruma heróica nasce do repertório
Sonhado pelos artistas negros.
Ema antiga.
Em túmulo obscuro abriga-se
A canção marítima.
Esse homem trina e guerreia.
Ema orna a soma olímpica.
A negra põe a ema em
Postura exata.
A ema emoldura a voz.
O Goiás mineiro,
O amor de índio.
O alimento em entoação
Romântica.
O entoar antigo e misterioso
Alegrando o reino.
A caligrafia da boa hora.
domingo, 25 de abril de 2010
Maria da saia lavada
sábado, 24 de abril de 2010
Árvore grandiosa
Luz
domingo, 18 de abril de 2010
O doce é bom
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Cirandeiro
terça-feira, 13 de abril de 2010
Arcadas do Brasil
Horizonte,
Há no horizonte um homem-ovo.
Não perturbe sua chocação.
Homem-ovo, com aspecto de mantra.
Molho o modo deteriorado
Do meu sexo em tua forma.
O ano mágico encolhe-se até
O nicho de uma fração de segundos.
Moço, me fantasia de tua morte.
Mereces tua morte em mim,
Feição angélica,
Espigas de um louro-verde milho,
Arcadas do Brasil.
Moço de garbo doce.
No átrio das indistintas vozes
É que sonho com o infinito.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
O décimo quinto arcano
No espaço oculto do meu olhar,
Avistei o "décimo quinto arcano" de Deus.
O chamei de anjo bruto.
Consciência pura da beleza masculina
Expressa em músculos
Cobertos de alquímica essência.
Ossos de quebrarem-se no espaço mitológico
Da dor.
Amei o adorado anjo.
Amo sem pudor de ser dona.
Sim, sou dona do seu bater de asas,
Do seu giro lógico e insano.
Das suas ave-marias conversadas com o divino.
Conheço o seu frenético filósofo
E sugo as ondas, inspirações de sua alma,
Assim como chupo seu membro verso.
D'A Dona Deusa para O Boi Arteiro.
terça-feira, 6 de abril de 2010
O rei
Lista
O blog d'A Negra foi incluído na "maior lista de blogs de Goiás", organizada pelo blog de André de Moraes, organizada conforme dois critérios: ser, o blog, de Goiás, e ter atualizações "mais ou menos constantes". A lista consta até o momento com 87 endereços. Parabéns pela tentativa de indexação da blogosfera. Sempre é bom aventurar-se no conhecimento do caos.
http://www.andredemoraes.com/a-maior-lista-de-blogs-de-goias/
http://www.andredemoraes.com/a-maior-lista-de-blogs-de-goias/
sábado, 3 de abril de 2010
A asa antiga do louro anjo
O divino assemelha-se
À percepção do espaço-tempo.
Lobos, que participação
Tendes nisso?
A mãe nalguma parte avisa:
O vale anterior à vida e à morte
Nos abisma.
Ó vale,
O vencimento de teus tormentos,
As sanhas, os teus pavores.
Quanto do teu espelho foi minha
Própria face corroída.
Nada a ti se compara,
A não ser o metafórico mar.
Os deuses saem de sua
Dolorida ramagem.
Os pares se apaixonam perdidamente.
Volto a casar com lobos.
Os percorridos caminhos,
Os segredos.
País que é este, meu pensamento?
Mais vasto é meu batismo,
O meu boníssimo olhar,
Sinal de arcanjo.
A asa antiga do louro anjo
Incendeia este horizonte.
A memória veste-se de anjo.
O poço claro-escuro
Da vastidão humana ao redor
Desta esfera azul.
O sonoro verter de máscaras,
Iluminações e indefiníveis laços,
Indecifráveis códigos,
Ao longo do tempo.
Poço de rimas
Seio andrógino de deus.
O homem sonha a filha.
Será madrinha do bom sucesso,
Fará novas misturas de nomes.
Os domingos, os horizontes nas praças,
As selvagens esperanças.
Cada óvulo lançado, de moça,
É um ponto alto,
Uma poesia de mênstruo delgado
E poço de rimas.
A paz dos pomos, o vasto livro.
Rapaz, completa a boa obra
Com teu cérebro de carpinteiro,
Teu raio do sol.
Rapaz, come a virgem pura e com
Seu sangue benze-te de doce.
Arruma teu cabelo abençoado de moço,
Teu sexo vistoso e salgado,
Tuas pretensões impuras.
O denso orgasmo requer
Domar teu brotar ansioso,
Tua pobre curra.
Rota o moço candidato a noivo.
Manto recobre seu rosto.
Ar de virgindade, molhados sonhos.
Este moço será verdade,
Fruto de uma voz percebida
Grandemente
E aos poucos.
O costume rotativo
A dança
A saia florida
Traz um vento quente.
Nordestino vento
A balançar os “quartos”.
Cruzadas infinitas
Para a deusa glória.
A boca da noite,
Magistral,
Ordena a dança.
Pulsam vermes encastelados
Em grossos casulos.
Mordomos da paixão,
Miram-se no espelho.
Para seqüestrar a deusa,
Rodar.
O dançarino que bater asas sem fazer
Barulho
Será rei.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Sobre Guimarães Rosa
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