sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Recebendo o boi
Louvado seja nosso boi arteiro,
Peregrino nestas terras do Cerrado.
Ê boi, ê boi, te concedo esta licência!
Ê boi, ê boi, tu aqui é rei gloriado!
O boi caprichoso e bem brejeiro,
Que veio de outros pagos,
Não conhece o rumo ainda,
Mas sabe que não se perde
Neste sertão amarelado.
O boi esperto, ruaceiro,
Fidalgo moço faceiro,
Enxerga por entre as frestas
Deste terreiro.
Sabe que aqui é forasteiro,
Mas conhece cada pedaço
Como quem aqui pisou primeiro.
A luz que alumeia cada fruta, cada bicho,
Cada oca, cada canto,
É luz advinda do boi!
Boi risonho, caborteiro,
Não se entrega ao laço nem à canga,
Nem ao jugo prisioneiro da palavra maldita.
O boi reverte o laço,
O boi é prosa e poesia.
Se espedaça, muge em versos,
Canta pra estrela guia.
Dá licença, meu povo!
O que o boi quer é cantoria.
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