terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
O abismo
Se a conspiração divina me desse apenas um dedo para riscar o chão, seria como se eu pudesse construir uma ponte.
Poderia cruzar o abismo sem tocar os pés no chão.
Também poderia encenar um monge budista, um sultão ou usar o turbante indiano. Piscar com os olhos de dama.
Atravessar a floresta como o passeio de uma borboleta amarela. Cipó amarrado no braço. Uma esteira de bambu.
Eu queria ser a flor que nasce das crassuláceas. Imitar o cheiro do amaricá na beira dos rios.
Mas ainda falta um pedaço de abismo.
A virgem me guia com a ajuda de um anjo rico. Há uma pedra em sua fonte.
E eu, esta flor a coroar seu riso, tento voar com pés de brisa.
Poema e pintura: Dona Deusa Sílvia Goulart
Foto e declaração: Marcus Minuzzi
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Uma Deusa feita de um novo barro, é o que você é.
ResponderExcluirTe amo.
Marcus.