segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A guerra florida




Em minha cabeça florida
Verdejam ramos de ancestralidade
Africana, indígena, francesa...
Ah! Que quase miscigenado
Perfil de guerreira.
Minha cabeça florida
Carrega as dores do mundo.
Carrego um pentagrama,
Borboletas amarelas
E sonhos.
É preciso guerrear
Com meus cegos.
Meus olhos não
Vêem o que está
Na escritura, nem
Podem saber qual
É o limite desta pátria.
Escavações abrigo
Em minha cabeça
De mãe.
Sou cinderela em
Sonho nordestino.
Meu suspiro por
Lampião
Afasta o medo
Da morte.
Ainda serei plantada
Como árvore no sertão.
Meu nome será escrito
No livro das bênçãos.
Uma dama, certamente.
Uma pitonisa
Com sua copa
Em flores e vistosas
Asas apontando para
O céu.
Meu sereno balanço
Há de ocupar o
Vento.
Ainda como criança
Irei brincar.


Poema e pintura:
Sílvia Goulart
Foto: Marcus Minuzzi

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