segunda-feira, 4 de julho de 2011

Pendão de milho














Descobri hoje
Que sou um
Pendão de
Miho,
Vergado,
Franzino.
Mas frutífero.
Crioulo.
Criado em terra santa.
A roça firme
Que me planta
Me segura neste
Chão.
Pendão de milho,
Milharal.
Perfume bom
De terra fresca,
Onde meus olhos
Serão comidos.
Onde meu
Corpo será despido.
Minha fé
Plantada
Em cada grão.
Com graça,
Pisarei
Firme.
Leve como uma
Pluma
Matriarcal
Camponesa.
Fubá,
Cangica,
Curau.
Meu gosto,
Meu olfato
De menina da
Roça
Me trazem
Carinho pelo
Pendão.
O milho
“bota boneca”,
Enfeita
O cabelo
Dourado,
Castanho,
Avermelhado.
O milho
Traz a
Lembrança
Sagrada.
Meu Pai
Benzendo
A fartura.
Minha esperança
Depositada.
Meus sonhos.
Os encantos
Do milharal.

Poema: Sílvia Goualrt

Um comentário:

  1. a prova de que na sutileza está toda complexidade, no mínimo e corriqueiro, o todo.

    ResponderExcluir

A conta coletora coletiva