sábado, 5 de março de 2011

Girar é tornar a pobreza um espaço olímpico



A ciranda ordena a lembrança da forma circular.

O ouro que descobrimos artisticamente harmoniza o anseio por amor infinito com a violência e a pobreza da vida cotidiana.

Girar é tornar a pobreza um espaço olímpico, ou seja, divino. A representação do ouro artístico brasileiro está na cultura popular, especialmente no Carnaval.

O mito brasileiro tira da espacialidade tropical uma alegria que torna seu tempo molemente aquoso.



Texto e foto:
Marcus Minuzzi
Pintura em camiseta: Sílvia Goulart



Um comentário:

  1. Só tenho minhas ressalvas quanto ao carnaval como cultura popular. Trata-se de um misticismo cultural que ultrapassa o limite de lucidez para ser ilusão. Uma ilusão gostosa, por vezes, confesso.
    O mito brasileiro pode ser justamente provocado por essa ilusão. Mas neblina um dia cessa, mesmo frente um sol já velho.
    O carnaval, para mim, só mesmo figura na tentativa de representar "o ouro artístico brasileiro".
    A festa de origem primária dionisíaca não é. Parece. Nos atuais trajes, só parece.

    p.s.: Como sempre, que pintura bonita!

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