quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O ouro do templo


1.
Nos casamos hoje.
Um manto sagrado
Enfeitado de palavras
Bentas cobre nosso enlace.
Santos iluminam
Nossa hora no altar divino.
Mirando teu rosto,
Contemplo a imensa
Frescura da floresta.
És meu amado rei.
Te entrego minha rosa,
Perfumo nosso meio-dia.
Curamos a ferida
De todos os matrimônios,
Criamos novos casais
Em nosso encontro.
Formamos o novo,
Somos o aprendiz artesão.
Nos ferimos com aço,
Agora curamos com a arte.

Sílvia Goulart


2.
O moço perfuma
O ponto amorosamente artístico.
O membro abre fendas na floresta
Penetrada de onírica procissão.
Ajoelho-me perante a poderosa
Errática lenda brasileira.
A noiva protege o indígena
Ornamento que alimenta o artista.

Olho a mãe que me renova
E ora por meu segredo.
Panteísmo caboclo.
Oras por meu peniano credo onde
A olímpica reunião de mitos arde.

A origem do novo Olimpo
Alimenta-se de nossos escritos.
Há ouro em nosso templo.
Há erês em sonhos americanos e ardorosos.
A pena torna o nosso amor infinito.

Marcus Minuzzi

3 comentários:

  1. E se existe amor da palavra em gesto,entre as pernas, o pó escrito em mãos.Casamento da primeira rendição.Amor entre casais, amor entre as letras, tecido da manhã.
    parabéns pelo trabalho, pelo blog, pela poesia!
    adriana bandeira(http://indecentespalavras.blogspot.com/)

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  2. O novo amor está escrito, inscrito no templo. As letras são o ouro.
    O amor aparentado, é o amor vivido e original.
    A poesia circunda as futuras tradições do ato.
    O blog vai mantendo a fidelidade e acrescentando seguidores! Parabéns!

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  3. Ólá

    Hoje a minha visita
    é para agradecer.
    Cada visita sua ao meu espaço
    de sentimentos,
    inspira alegrias em
    minha vida,
    e leva o que de melhor
    existe em mim.

    Sua amizade é preciosa
    em minha vida,
    e há de continuar a ser
    neste novo ano
    que está nascendo.

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