sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Brotação



Pega de galho,
Nasce da gema,
Dá na nascente,
Cresce em lua
Nova.
A planta que
Medra,
Arruma lugar.
A flor de botão
Que espia faceira.
Espocam sementes,
Boquinhas carnudas,
Ondas sinuosas,
Trepadeiras.
O cheiro perfumoso
De Dona Guiné,
Defesa de moça donzela,
Arma de Zezé!
Boldo também é cura.
Arruma-se a terra,
Enterra seu pé.
Debaixo das folhas,
Sente bem meu amor,
O cheiro que dá.
A vida que brota,
Caramujos, minhocas,
Decomposição.
A terra úmida
Recebe o grão,
Brota a fartura,
Sonha o pão.
A terra cheirosa,
Prazer de sulcar,
A água que verte,
Sumo que jorrra,
Araçá.
Veja a romã,
Grumada e rica.
Couve que sara,
Traz sorte e riqueza.
A planta que cresce,
Maçanilha, matricária,
Chá de bebê.
Deu flor, é fecunda.
Sorte do quintal,
Onde a semente afunda
Em pote de barro,
Jarro, latinha, brejo.
Sem água não vinga.
Cheiro de chuva,
Tudo cresceu.
Jasmim com botão,
Camélia cheirou,
Enlouqueceu.
Botou cacho, botou flor.
A moça pegou,
Casou,
E reviveu.

Poema: Sílvia Goulart
Fotos: Marcus Minuzzi

2 comentários:

  1. Sílvia, "Brotação" parece daquelas cantaroladas que tem que ser rápidas para contar uma vida inteira da intenção do afeto até o reviver de cada tempo.

    Saudades de vocês!

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