quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Em meio ao brejo




Em meio ao
Brejo, alcancei
A luz pequena
Da cor.
Ilustrações de
Flores agrestes,
Borboletas, libélulas,
Grilos e gafanhotos.
Bicho-pau.
Todos habitam
O céu terrestre.
Uma ecologia
Perfeita entre
Deuses e orixás
Da floresta.
A sábia
Passarinha que
Recolhe seus
Filhotes.
Seus bicos abertos
À mama.
Alimento, suor
Materno.
Espíritos protetores
E duendes encantados.
O advento é harmonioso
Como o rosa,
E o carvão.
Como a ópera
De meninos do nordeste.
Como Renata Rosa
E sua rabeca.
Ó estampas
Que agradam
Meu coração.
Os versos de Cora,
O cerrado,
Baru,
Pequi,
Pimenta de cheiro,
Bode,
Dedo-de-moça.
A terra seca e vermelha
Acalma meu
Rastro de índia.
Pinto, eu mesma,
Minha alma.
Que todos os
Dias sejam
Serenos,
Como o escorregar
De uma gota,
Como abrir
E fechar os olhos.
Como curvar-se
Diante de Deus.

Poema e desenho: Sílvia Goulart
Foto: Marcus Minuzzi

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