domingo, 30 de janeiro de 2011

A ama


Vejo em ti a mãe,
Que é meu modelo,
E quero ser teu
Menino pequenininho.
Estou depurado
E pronto para voar.
Estou sem a angústia
De Carlos,
Recuperado
E cabendo de novo
Nas Minas Gerais.
Me perdoe por não
Ter te ofertado
Ainda todo meu ouro.
A lembrança obscura
Da onda maligna.
A minha ressurreição
Enquanto dardo
De música divina.
A cartografia
Do humano rito
De precisar queimar
Pulsões no inferno.
Tudo isso é polir
Uma profecia
Bastante brasileira:
A Negra Mãe
Que ama pontiagudas
Formas de aleitar seus filhos
Acorda-nos para
A beleza do mito,
Do bondoso
E divino peito.
Estou a brincar
No teu pasto,
A pôr meu lábio
Em teu bonito seio,
Com letras brotando
De meu prometido gozo.
Agora,
A bruma finalmente
Me abençoa,
E não desejo
A mulher nua.




Poema e fotos:
Marcus Minuzzi
Pintura: Sílvia Goulart

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