domingo, 12 de setembro de 2010

A oração fonte e mãe


Os beijos da alma,
Sentidos pela força
Química em minhas
Terminações nervosas.
Ar quando respiro,
Carícias quando preciso.
Choro para aumentar a dor.
Onde foi que lavei meu pescoço?
Andei parindo filhos,
Ardendo em calvários,
Fêmea demais,
Carreguei minha cruz.
Ainda procuro o ser
Profundo que me gera,
Que gera em mim
Absolutas marcas
De ter sido alvo
Da ama de ferro.
Rasguei todos os vestidos
Floreados.
Deixei em algum canto
Luvas de seda,
Sapatos de veludo.
Era menina,
Cozinharam meu
Cérebro,
Me espinharam o rosto.
Com o pó meu alicerce
Criou raízes profundas.
Não serei mais atingida
Pela reta e luminosa
Espada.
Estou rainha.
Estou bela.
Estou coroada.
Estou com asas.
Alada.
Pássara.
Passarinha sou.
Minhas penas,
Meu bico,
Meu voo.
Infinita sou.
Posso cantar,
Ser consistente e
Forte na esfera
Deste planeta.
Rompi a força do
Universo.
Estou
A
Esperar
A reza.
O envio
Maternal
Da
Santa.
A luz
De Nossa
Senhora.


Sílvia Goulart


Um comentário:

  1. A aura feminina agora exala flacidez e firmeza num ar purificador.

    Agradeço por escrever tão bem e tocar meu plano do emocional!

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