quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
O mito ovariano que dói em nossas certezas
Olho o corpo e colorido
Desta cidade -
É nem que fosse a minha
Difícil glória!
O paraíso terrestre me inunda.
A glória de reviver os anseios
Domesticados pela face obscura
Do amor.
O vaso olímpico antecede o poema.
A cidade em mim se deposita,
Ora com modos de dama,
Ora com modos de curra.
O vôo antecede o orgasmo.
O gênito ovula.
A cabeça se incendeia.
O vaso me toca.
Olho daqui de dentro, docemente.
O verbo noturno pia como uma ave.
Não se sabe o que ele pensa,
Tampouco se dorme.
Ele é lento em seu transparecer.
Um cheiro de esperma o anuncia,
Livrando homens dos hospitais
E da morte.
Cruzemos todos,
E com alegria,
O mito ovariano que dói
Em nossas certezas:
As mulheres docemente
Nos domesticam.
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