domingo, 15 de julho de 2012

Moderno mito remanescente



Menino meu, mar, montanha.
Moderno mito remanescente,
Morto em sua beatitude, revés,
Oriente próximo,
Possível,
Que recebeu do mar salgado
As destrezas,
A menor indolência, as cicatrizes.

Olho o mérito de teus livros.
Misturo-me a eles feito cobra.
Orgasmos cívicos.
Esta nação se faz de beijos
E de um glosar-se rumoroso,
Homérico.
Nosso mantra é amar-se
Em mitos não importa
Se originais ou redivivos.
A alegria fugaz dos livros
Reabastecemos com música.
A rádio-canção nos entoa,
Nos apruma.
Há foguetórios,
E o pandeiro redoura,
Menos lógico,
As certezas.
Pandeirito, como brilhas
Nas mãos de meninos.
Nenhum deles perturbará
Bons ventos,
Beiras de pias.
Menos ainda temerá navegar
Mulher adentro,
Sem mãos de esquecimento,
Mas com
Pedais de filosofia.


Poema e foto: Marcus Minuzzi
Pintura: Sílvia Goulart

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