quinta-feira, 29 de julho de 2010
Musa arcana do Brasil
Para a Sílvia
Oro, ó vulva arcana do Brasil.
Sexo frondoso da floresta.
Oro, abençoada mãe
Da mulher morena virgem nua.
O manto que colore tua nova forma
É minha lenta e centenária cópula.
Pontos novos sobre tua pintura tântrica.
Marcus Minuzzi
terça-feira, 27 de julho de 2010
A permanência do pequeno
Brincos dourados eu ponho.
Ponho penas portentosas.
Toco as três falsas misteriosas modas.
Minto hoje, recebo loas.
Mulher despida, musa artística, virgem pura.
Põem-me por sobre altares,
Vontade de perdão.
Damo-nos o monte dos seios.
Queremos rotação.
Leigos,
O ordinário nesse mundo.
No gozo, o mágico, o mel do cristo,
Um natal.
Doma menos cruz.
Janeiro personifica meu rodar.
Listras circundam o menos circular.
Oco mundo interior, sabe a dentro.
Oito pássaros noturnos, calados,
Sabem a muito pouco,
À permanência do pequeno.
Marcus Minuzzi
sábado, 24 de julho de 2010
O vegetal me sacralizou
O vegetal me sacralizou.
Enterneço.
O reino úmido.
Ora vejo-te parreira.
Isso é pai,
Porque é vinho.
Ora vejo-te
Ordem menor de planta:
Pequeninas,
Pequeniníssimas flores
De estreito laço com o infinito.
Crispo minhas frutas,
Meu ordenhar.
Ardo.
Porque, meu deus,
Tanto ardo?
O gozo é vulcânico
E melhor quando ardo.
Não pereço quando ardo
Obscuro e lento.
Boi é lento.
O bezerro mama letras.
Toda vez que gozo,
Um lento animar-se leva-me.
Há menos necessidade
De sacrifício
Para que eu cresça.
Marcus Minuzzi
sexta-feira, 23 de julho de 2010
O retinir dos pássaros
Amado, menino, homem.
Menino-de-deus, tocável como fruto.
Mênstruo maior eu tenho, guirlandas.
Moro no retinir dos pássaros,
Beijo-fátuo.
Belisco o olhar.
Brasas moram no meu leito rumoroso.
Homem, homero: ardo.
Ó louro e mágico.
Lado menos místico e circular,
Deus moderno,
Adornai-me de humano,
De quentes e doces desejos,
Dominativos mas educados,
Menos candentes,
Mais filosóficos.
Põe teu persecutório verbo
No minúsculo do bico de meu peito.
Perdê-lo é desprender-se,
Recuperá-lo,
Teu homonizar-se.
Marcus Minuzzi
sábado, 3 de julho de 2010
Fogo letal homérico do lado lusíada
Léxico gostoso e profundo
De geraes que não conheço.
Glosa aumentada,
Festa de retalhos e de pássaros simples.
Pássaros verdes de perto da fonte.
Fogo letal homérico do lado lusíada,
Lento no ardor,
Requerendo pastos para o teu gado.
Conheci minudências.
Conheci guerras, o vértebro alheio.
Conheci Rosa.
O Rosa rês sonora.
Ô Rosa,
Pelo literal,
Cego místico,
Sertão marinho.
O largo está no canto
E no curral.
O vasto é místico querer:
Mulher-vaca.
A vaca sorrindo,
O maior anseio.
Retive nos bentos pastos
O sorriso retilíneo de
Um Rosa-vaca.
Gosto do mundo,
O cheiro de um querer de Dionísio.
Colo quente do mundo,
Festa quente,
Cabeça nua de beato crescendo,
Colo dionisíaco.
Crostas de ritos:
Louvações menos sacras,
Mais profanas.
O deus no meio da rua,
Entre coxas fogosas.
Marcus Minuzzi
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Ave branca de asas limpas
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