domingo, 20 de junho de 2010

Escrevo



Sempre me pareceu longe, muito longe,
Quando escrevo.
Como que um lugar bem melhor indicado
Para se estar e em que se está para se falar certas coisas
E bem mais.

Há uma misturação de personagens.
A literatura é um grande lugar.

Não existiríamos,
Se não houvesse aqui, esse lugar,
Do Escrevo.

Parece que a distância também aumenta.
Ao que recorremos, nessas horas?
Como se eu fosse a um grande oratório,
Ter com não sei a quem.
As Horas.

Para onde nos afastamos, nessas
Grandes horas d´O escrevo?
É que Surge, dentro do peito.

Adormeço.
Ao que Eu escrevo.
Ó Deus, ao qu´Eu escrevo?
À consciência grande dentro de nós mesmos.
Sim, eu creio.

Aqui está a Mãe,
Toda dourada e bela.

Por favor, deixem-me
Ornar a Mãe.

Não é esse lugar bom?
É o mais grande, de fato.

Somos todos heróis da grande literatura alada.
Precisamos nos imaginar como
Sendo grandiosos.

Aqui estamos, morando,
Como coisas que se arrastam pelo chão.

Uma cidade é sempre uma imaginação
Como um grande fictício,
Deus nos requer esse idílio.

A voz é interna.
Somos vocacionados pela estrutura de antes.

Agora isso explode.
Não há como não fazê-lo, e não sê-lo (deixar de sê-lo).

Estamos vocacionados pela estação.
É o que todos queremos.
É o que eu repito
Ad infinitum
Ao deus, aos cegos, aos mares.
Aos seus, aos céus, aos mares.
Ao infinito.


Marcus Minuzzi

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