segunda-feira, 21 de junho de 2010
Os cantadores
domingo, 20 de junho de 2010
Escrevo
Sempre me pareceu longe, muito longe,
Quando escrevo.
Como que um lugar bem melhor indicado
Para se estar e em que se está para se falar certas coisas
E bem mais.
Há uma misturação de personagens.
A literatura é um grande lugar.
Não existiríamos,
Se não houvesse aqui, esse lugar,
Do Escrevo.
Parece que a distância também aumenta.
Ao que recorremos, nessas horas?
Como se eu fosse a um grande oratório,
Ter com não sei a quem.
As Horas.
Para onde nos afastamos, nessas
Grandes horas d´O escrevo?
É que Surge, dentro do peito.
Adormeço.
Ao que Eu escrevo.
Ó Deus, ao qu´Eu escrevo?
À consciência grande dentro de nós mesmos.
Sim, eu creio.
Aqui está a Mãe,
Toda dourada e bela.
Por favor, deixem-me
Ornar a Mãe.
Não é esse lugar bom?
É o mais grande, de fato.
Somos todos heróis da grande literatura alada.
Precisamos nos imaginar como
Sendo grandiosos.
Aqui estamos, morando,
Como coisas que se arrastam pelo chão.
Uma cidade é sempre uma imaginação
Como um grande fictício,
Deus nos requer esse idílio.
A voz é interna.
Somos vocacionados pela estrutura de antes.
Agora isso explode.
Não há como não fazê-lo, e não sê-lo (deixar de sê-lo).
Estamos vocacionados pela estação.
É o que todos queremos.
É o que eu repito
Ad infinitum
Ao deus, aos cegos, aos mares.
Aos seus, aos céus, aos mares.
Ao infinito.
Marcus Minuzzi
sábado, 12 de junho de 2010
Desbravar pela fé
A navegação
Orientada pela fé
Segue seu rumo
Em alvas ondas musicais.
O longe agora é perto.
Quando o mar agita o sonho,
O coração navega sem leme.
O corpo descabido e sinuoso
Atravessa, de um ponto magnífico,
O oceano bravo e salgado.
Já é hora da virgem nua
Desbravar seu marujo.
Chega sem pressa.
Traz a cabeça coroada
Com a bênção de Santo Rei.
Sílvia Goulart
quinta-feira, 10 de junho de 2010
O ritual
Cortar em quatro.
Um corte bem feito.
Preciso.
Arrumar sobre um prato verde, delicado.
As formas arredondadas
Para acordar as salivares.
O molho ao sugo,
Com ervas frescas do quintal.
O cheiro deve aguçar os instintos,
Breves, mas intensos.
Lampejos agudos de prazer.
Servir à meia luz.
A toalha de flores
Amarelas para guardar
O ritual.
Vinho tinto seco,
Que o corpo da mulher em questão é bento.
Cuidado, filho!
Come.
Reza.
Curva-te.
Benze-te com sal grosso.
Estás curado e digno.
Sílvia Goulart
domingo, 6 de junho de 2010
O deus das cores
É santo quem pinta a alma!
É santo quem mostra a face com as suas imperfeições.
A obra imperfeita é metáfora da existência.
Borrada ou colorida.
O traço do artista não mascara a dor.
Persiste no belo,
Mas conserva o que é autêntico e divino.
Divino é o deus das cores.
Louvados sejam nossos dedos e olhos abertos.
Sílvia Goulart
Assinar:
Postagens (Atom)