terça-feira, 30 de novembro de 2010

O rito


O rei enamorado
Ardorosamente
Deixa-se domar.
Há lenta dionísica
Revolução.
O lar receberá
O novo amoroso másculo.


Marcus Minuzzi


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A amizade


A fonte onírica do mito artisticamente produz a beleza. Como um radar que capta ondas poéticas, o poeta e futuro jornalista João Damásio da Silva Neto intrigou-nos e adulou-nos com frequentes comentários aos posts deste blog.

Por sua fonte secreta, que celebra a musa longínqua, as palavras de João são força para a roda que mantém o rito de nossa artística pintura do novo mito brasileiro.

Na foto, a camiseta d'A Negra Ama Jesus que João usa foi ofertada em agradecimento à poesia que nos permite perceber toda sua sensibilidade.

domingo, 21 de novembro de 2010

O noivado




O noivado longínquo
Com a deusa mais bela.
Me apaixonei
Pelos teus pés, Tininha.
Vou camonianamente
Te redescobrir,
Pousar meu verbo
Sobre teu bento pasto.
O ovário nos batizou.
O ouro rosa benze
Nossa poesia amada
Por quem
Pressente o Brasil.


Marcus Minuzzi


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O encontro


Aprendi num instante
O belo modelo
Do ser.
A conexão que instaura
Um complexo e revelador
Encontro.
São ondas paradisíacas,
Almas de senhoras bentas
Acolhendo-me ao altar.
O portal divino das Mães
Enfeitado de tulipas
E lírios frescos.
Neste lugar,
Meu sossego.
Rezas benditas,
Luzes banham
Meus montes e calvários.
O céu está
Dentro.
Estou em graça.


Sílvia Goulart
Poema da foto: Sílvia Goulart

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Oramento


Ah, Tininha.
Louvações do Santo Cristo.
Não quero outra coisa
Que não nossa Santa
Força olímpica nupcial.
Vendo tua morte
De tão perto,
Secretei o meu poema inteiro.
A beleza musical do Brasil
É uma força
Genitalmente erguida.
A pomba a tua escrita
Abençoa com a prece
Mais tropical de Dionísio.

O remo a olímpica forma lembra.
O meu Oriente: boas núpcias.
A dona de meu bom menino,
O destro medo.
Erê orna a fronte terna de meu arco.
A olímpica força Erê acende.
O oramento ora em beleza antiga
Imensa e brasileira.


Marcus Minuzzi
Poema da foto: Sílvia Goulart

domingo, 14 de novembro de 2010

A dor



Ó meu Deus,
Por que mereço este castigo?
Recebi de suas mãos
A arte.
Estou com medo, meu
Senhor, ando perdida.
Quero casar-me
Novamente com a criação.
Preciso estar
Em flor.
Em frutos.
Em obra e graça.
Sou filha do sonho
Feliz de uma criatura
Em movimento.
Sou uma descoberta
Espinha dorsal
De anjas
Que aninham
Os sonhos da cidade.
Abelha,
Com ferrões
De ouro
Para capturar
Uma partícula
Doce de criar.
Bocas e narinas
Reluzentes.
Ó senhor, quero
Pintar
Com meus dedos
Ansiosos por
Verdes cores.
Mansas poesias
Não saciam
Meus anseios.
Quero o retrato.
Quero a lâmpada,
Quero a janela
Aberta
Com meus olhos
Fundos.
Pertenço ao lado
De lá.
Busco o que
Não vejo.
Estou onde
Ninguém está.


Sílvia Goulart

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A perfeição


A sapiência erotiza a moça
Mais que o fruto de seu corpo.
O alimento em corpo leve.
O louvor à mítica legião
De moças irmãs do verso sereno.


Marcus Minuzzi

Poema da foto: Sílvia Goulart

sábado, 6 de novembro de 2010

A revolução


O menestrel rezou para Ogum
E aceitou fazer a revolução em teu nome:
É forte meu peito.
A oração em corpo fechado
Alimenta o despertar do lindo arqueiro.
A Ema Maria do Cerrado domina o ritmo.
A onda musical
O Erê bento fruto do mato ensina.


Marcus Minuzzi

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O moço loiro


Pai preto
De altas ondas,
Mechas de captação.
Ciência.
Ofício de rei.
Mestre sonoro.
Sua sapiência
Desloca
O universo.
Brota o coração.
Homem materno.


Sílvia Goulart

A ritualidade olímpica




O livro aberto de Cora Coralina orienta o avanço da poderosa graça feminina sobre o Brasil.

Montagem com poesias, música, fotografias e pinturas produzidas no espaço mitológico do guerrear divino entre Sílvia Goulart (Dona Deusa) e Marcus Minuzzi (o Boi Arteiro).

A conta coletora coletiva